segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Post por solidariedade para com colegas meus

Chegou-me um apelo para que publicasse este texto, pondo a boca no trombone, para o que muitos colegas meus, certamente por este país fora, estão a sofrer... Trabalhar para aquecer, sem receber um tostão já desde Junho, não será nada fácil e todas as vozes que se levantem serão bem-vindas!

Aqui, faço um belo "colar" do texto em questão, tirado do blogue www.cegueiralusa.com :
As Actividades de Enriquecimento Curricular (AEC), há quem as designe de Actividades de Empobrecimento Curricular, nasceram algo tortas e, como diz a sábia voz do povo, «aquilo que nasce torto, tarde ou mal se endireita». Não querendo tomar a parte pelo todo, não me atrevo, para já, a juntar-me ao exército, que tem visto as suas fileiras engrossarem, daqueles que diabolizam as AEC. Apesar de não ser novidade para ninguém que me conheça que não concordo com o modelo adoptado nem com os objectivos (se é que estes existem) que estas se propões alcançar. Todavia, posso afirmar, convictamente, que este modelo contribui para o empobrecimento dos professores envolvidos no projecto.A trabalharem desde Setembro sem receberem um cêntimo pelos seus serviços é absolutamente inaceitável. Não esqueçamos que estes profissionais trabalham a «Recibo Verde», portanto há uma boa parte do ano em que não recebem coisa alguma. Isto já é preocupante. Pensar que estas pessoas desde Julho que não auferem qualquer vencimento suscita-me algumas questões: Quem paga a renda / prestação da casa? Quem paga a alimentação? Quem paga a água, a luz, o telefone? Como é que se vive assim? Não esqueçamos que muitos têm que se deslocar em transporte próprio para a (s) escola (s) onde leccionam. Não sei se esta situação se está a passar em todo o país. Em Viseu esta é uma realidade dramática. Parece que os vencimentos estão a ser processados…estavam…estarão…Ninguém sabe ao certo.O que sei é que há gente a vivenciar situações dramáticas. Um amigo disse-me que não sabe se o dinheiro que ainda lhe resta será suficiente para o combustível que lhe permita deslocar-se às várias escolas em que trabalha. Aqui está outra aberração: contratam imensa gente e depois atribuem apenas 12 horas a cada professor, horas distribuídas por distintos locais, obrigando a várias deslocações diárias. Se não expusesse esta situação vergonhosa e lamentável hoje, tenho a sensação de que nem dormiria em paz. Outros há que estão, dado o adiantado da hora, tranquilamente a sonhar com a cabeça na almofada. Enquanto isso, muitos fazem das tripas o coração, encetando majestosos malabarismos, para fazerem face às necessidades básicas do quotidiano.

Que vergonha!!!

5 comentários:

Cati disse...

Pois é...

Infelizmente vozes de burro ainda não chegam ao céu...

E este post não é só de solidariedade por quem não recebe desde Junho... É importante que se destaque a precaridade em que nós, professores a recibo verde, vivemos.

Por isso, destaco o excerto:

Não esqueçamos que estes profissionais trabalham a «Recibo Verde», portanto há uma boa parte do ano em que não recebem coisa alguma. Isto já é preocupante. Pensar que estas pessoas desde Julho que não auferem qualquer vencimento suscita-me algumas questões: Quem paga a renda / prestação da casa? Quem paga a alimentação? Quem paga a água, a luz, o telefone? Como é que se vive assim? Não esqueçamos que muitos têm que se deslocar em transporte próprio para a (s) escola (s) onde leccionam.

Porque isto toca-me. Bem fundo.

Kiss

S. disse...

Até dói de tão verdade!!!

Rui disse...

Já dizia Júlio Cesár, "Existe um povo la para os lados da ibéria, que não se governa, nem se deixa governar..."

Rafeiro Perfumado disse...

Abençoada mãezinha que não me deixou seguir a carreira de professor... espera, pensando bem, ela queria que eu fosse! A sacana, já não leva prenda no Natal!

Unknown disse...

Olá!
Boa tarde!
Venho agradece a solidariedade demonstrada.
Beijinhos,

José Carreira